O Feijão do Forno é o prato típico da freguesia do Barco, concelho da Covilhã. A receita encontra a sua origem em tempos recuados, ainda não completamente determinados, tendo fontes diretas assegurado que o hábito de cozer o feijão no forno já existia na aldeia no último quartel do século XIX, num forno comunitário então ali existente.
Esta prática manteve-se até sensivelmente meados do século XX, altura em que o forno comunitário deixou de existir. A partir desta altura o feijão passou a ser cozido nos fornos a lenha particulares que se foram disseminando e, também, no forno a lenha da padaria que, entretanto, se instalou na aldeia, cujos proprietários, de boa memória, cediam para o efeito aos habitantes.
Depois de encerrado o referido estabelecimento, a prática subsistiu exclusivamente em fornos particulares, situação que se mantém na atualidade.
Não obstante a profunda ligação do feijão do forno à aldeia, ou vice-versa, a verdade é que a afirmação do seu valor como bem imaterial da aldeia nunca mereceu a devida atenção. Algumas iniciativas esparsas, embora meritórias, não lograram elevar o feijão do forno ao patamar que ele merece quer no plano estritamente gastronómico quer no plano social enquanto fator de aglutinação da família em particular e da população da aldeia em geral.
A Ciamites - Confraria do Feijão do Forno pretende colmatar esta lacuna. A Confraria nasceu num momento inspirador dos seus Confrades Fundadores, os quais viram no feijão do forno potencial para revitalizar o panorama social e cultural da aldeia, sob o lema da simplicidade: um prato simples confecionado para pessoas igualmente simples.
Quem consumir o feijão do forno segundo as especificações da Confraria entenderá facilmente o sentido e alcance do referido lema, bem vincado na parte final do juramento prestado pelos confrades na respetiva cerimónia de entronização:
“O feijão do forno venera a simplicidade, mas odeia a presunção, por isso, a uns provoca saciedade e a outros provoca indigestão.”